Rodrigo Pacheco afirma que reforma tributária é um dos maiores desafios do Congresso e pede ‘harmonia’ entre poderes

Foto: Bruno Rocha / Enquadrar / Estadão Conteúdo

Durante encontro com industriais para debater a reforma tributária, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerou a polarização política negativa para o Brasil. Em meio a desgastes com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o senador destacou a importância do equilíbrio entre os Poderes. “É fundamental que nós encontremos o caminho dessa harmonia, que cada um cumpra seu papel e respeite o papel do outro. […] Eu quero muito que o Brasil dê certo, é para isso que eu estou na política. Para o Brasil dar certo, considerando a escolha do povo brasileiro por um presidente e por um modelo de governo, nós temos que contribuir para que este governo dê certo. Esse é meu espírito neste instante”, disse Pacheco.

O presidente do Senado afirmou que a proposta de arcabouço fiscal deverá ser aprovada pelos senadores com urgência. Para o parlamentar, há uma necessidade de mudança de diretrizes em relação à responsabilidade fiscal. “É uma mudança de diretrizes e de regras em relação a responsabilidade fiscal. O que antes tínhamos, e foi fundamental, diga-se de passagem, foi o teto de gastos, porque permitiu que o Estado brasileiro ter responsabilidade fiscal, o que fez com que nossa economia fosse resiliente e evitasse uma gastança pública desenfreada”, continuou o parlamentar.

Para o presidente do Senado, entre os principais desafios para o Congresso Nacional estão a Reforma Tributária e a mudança do regime fiscal. “Os grandes desafios que temos no Congresso são a mudança do regime fiscal e a reforma tributária. Quando eu digo que todos concordam que o sistema é ruim, ai sim vem a divergência. O que é o impeditivo da reforma tributária? Diferentemente das reformas trabalhista, previdenciária e até da política, há uma obviedade. Todo mundo reconhecia o que precisava ser feito. Na reforma tributária começam as divergências, que parecem infindáveis”, afirmou Pacheco.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, destacou as medidas como fundamentais para que a economia brasileira se torne mais atraente para consumidores. “Hoje, nós temos em média 9% de resíduos tributários acumulados nos produtos brasileiros, o que diminui a competitividade dos nossos produtos na exportação e também na competição com os produtos que importamos. Que desonere, de forma definitiva, o investimento, as exportações e que as empresas possam recuperar, de forma imediata, os créditos que acabam sendo acumulados em relação às entidades federadas”, disse Josué.

O presidente da Fiesp ressaltou que a reforma virá pela união das PEC 110, que tem os debates mais adiantados no Senado, e a PEC 45, já avançada na Câmara dos Deputados.”Nós finalmente poderemos ter um sistema tributário mais normal, que coloque o Brasil dentro do que há de melhores práticas no cenário internacional, nos permitindo atrair maiores investimentos”, disse Gomes.

Pacheco ainda defendeu a redução da taxa básica de juros pelo Banco Central, o que, para o presidente do Senado, deve ocorrer gradativamente. O senador disse ainda que é necessário respeitar a autonomia da autoridade monetária, mas ressaltou que há condições para que os juros caiam no Brasil. O senador aproveitou o evento para defender a instituição de mandato para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o fim da reeleição para o cargo de presidente da República. “Estabelecer os mandatos de ministros do Supremo, por um período mais dilatado, mas se garantindo, de fato, esse tempo em que se pode ser ministro da Suprema Corte. Considero que é uma ideia honesta, possível e que não afronta o sistema judicial do Brasil”, finalizou Pacheco.

Jovem Pan

Rita Lee, rainha do rock brasileiro, morre aos 75 anos

Foto: Ale Frata/Código19/Estadão Conteúdo

Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história da música brasileira, morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença.

A família da cantora divulgou um comunicado nas redes sociais dela: “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”. O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h.

Rita, a padroeira da liberdade

Rita ajudou a incorporar a revolução do rock à explosão criativa do tropicalismo, formou a banda brasileira de rock mais cultuada no mundo, os Mutantes, e criou canções na carreira solo com enorme apelo popular sem perder a liberdade e a irreverência.

Sempre moderna, Rita foi referência de criatividade e independência feminina durante os quase 60 anos de carreira. O título de “rainha do rock brasileiro” veio quase naturalmente, mas ela achava “cafona” – preferia “padroeira da liberdade”.

Rita Lee Jones nasceu em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947. O pai, Charles Jones, era dentista e filho de imigrantes dos EUA. A mãe, a italiana Romilda Padula, era pianista, e incentivou a filha a estudar o instrumento e a cantar com as irmãs. 

Aos 16 anos, Rita integrou um trio vocal feminino, as Teenage Singers, e fez apresentações amadoras em festas de escolas. O cantor e produtor Tony Campello descobriu as cantoras e as chamou para participar de gravações como backing vocals.

Os Mutantes

Em 1964 ela entrou em um grupo de rock chamado Six Sided Rockers que, depois de algumas mudanças de formações e de nomes, deu origem aos Mutantes em 1966.O grupo foi formado inicialmente por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. 

Eles foram fundamentais no tropicalismo, ao unir a psicodelia aos ritmos locais, e se tornaram o grupo brasileiro com maior reconhecimento entre músicos de rock do mundo, idolatrados por Kurt Cobain, David Byrne, Jack White, Beck e outros.

O trio acompanhou Gilberto Gil em “Domingo no parque” no 3º Festival de Música Popular Brasileira da Record, em 1967, e Caetano Veloso em “É proibido proibir” no 3º Festival Internacional da Canção, da Globo em 1968, dois marcos da tropicália.

Os Mutantes também participaram do álbum “Tropicália ou Panis et Circensis”, de 1968, a gravação fundamental do movimento. 

Ela fez parte dos Mutantes no período mais relevante e criativo da banda, de 1966 a 1972. Gravou “Os Mutantes” (68), “Mutantes” (69), “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (70), “Jardim Elétrico” (71) e “Mutantes e Seus Cometas no País dos Bauretz” (72).

O fim do relacionamento com Arnaldo Baptista coincidiu com a saída dela dos Mutantes. O primeiro álbum solo foi “Build up”, ainda antes de deixar a banda, em 1970. Ela também lançou “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, em 1972, ainda gravado com o grupo.

A carreira solo

A carreira pós-Mutantes tomou forma com o grupo Tutti Frutti, no qual ela gravou cinco álbuns, com destaque para “Fruto proibido”, de 1975, que tinha a música “Agora só falta você”.

A partir de 1979, ela começou a trabalhar em parceria com o marido Roberto de Carvalho, e se firmou de vez na carreira solo. Ela escreveu e gravou canções de pop-rock com grande sucesso.

Um dos álbuns mais bem sucedidos foi “Rita Lee”, de 1979, com “Mania de Você”, “Chega mais” e “Doce Vampiro”. No disco de mesmo título do ano seguinte, ela segue na direção mais pop e faz ainda mais sucesso com “Lança perfume” e “Baila comigo”. 

Ela era uma roqueira popular antes e depois de o gênero se tornar um fenômeno comercial no Brasil em meados dos anos 80. Entre os álbuns de destaque estiveram “Saúde” (1981) e “Rita e Roberto” (1985), com o qual os dois subiram ao palco do primeiro Rock in Rio.

Entre 1991 ela começou um período de quatro anos separada de Roberto de Carvalho. O retorno foi em 1995, na turnê do álbum “A marca da Zorra”, quando ela também abriu os shows dos Rolling Stones no Brasil. No ano seguinte, eles se casaram no civil após 20 anos juntos. 

Em 1996, ela caiu da varanda do seu sítio, sob efeito de remédios, e quebrou o recôndito maxilar. Rita começou a tentar largar o álcool e as drogas, mas disse ao “Fantástico” que só conseguiu fazer isso em janeiro de 2006. 

Em 2001, RIta Lee ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa com “3001”. Ela ainda teria mais cinco indicações ao prêmio, e receberia em 2022 o prêmio de Excelência Musical pelo conjunto da obra.

Em 2012, ela anunciou que deixaria de fazer shows por causa da fragilidade física. “Me aposento dos shows, mas da música nunca”, ela escreveu no Twitter. 

Em 28 de janeiro daquele ano, no Festival de Verão de Sergipe, ela fez o show anunciado como último da carreira, quando ela discutiu com um policial. Ela foi acusada de desacato à autoridade, levada à delegacia e liberada em seguida. 

Rita Lee realmente nunca mais fez uma turnê. Mas ainda fez um show no Distrito Federal no fim de 2012, em que abaixou a calça para o público, e cantou no aniversário de São Paulo em 2013, ovacionada pelo público de sua cidade.

Seu último álbum de canções inéditas em estúdio saiu em abril de 2012. “Reza” era, então, seu primeiro trabalho de inéditas em nove anos. A faixa-título foi a música de trabalho, definida por ela como “reza de proteção de invejas, raivas e pragas”.

Ao todo foram 40 álbuns, sendo 6 dos Mutantes, 34 na carreira solo.

As autobiografias

Em 2016, ela lançou “Rita Lee: uma autobiografia”. Uma das revelações do livro foi que ela foi abusada sexualmente aos seis anos de idade por um técnico que foi consertar uma máquina de costura de sua mãe em casa.

No livro, um sucesso de vendas, ela também falou com sinceridade sobre episódios da carreira, como quando foi expulsa dos Mutantes em 1972, e da vida pessoal, como a luta contra o alcoolismo.

Além da autobiografia, Rita Lee tem uma longa trajetória como escritora. A série “Dr. Alex” é de 1983, mas foi relançada em 2019 e 2020 e tem foco na luta pela causa animal e ambiental da cantora.

Ela também escreveu “Amiga Ursa: Uma história triste, mas com final feliz” na literatura infantil. “FavoRita”, “Dropz”, “Storynhas” e “Rita Lírica” são outros livros escritos pela cantora.

Na TV, Rita participou das novelas “Top Model”, “Malu Mulher”, “Vamp” e “Celebridade” em participações especiais.

Diagnóstico de câncer
Em maio de 2021, Rita Lee foi diagnosticada com câncer de pulmão. Ela seguiu tratamentos de imunoterapia e radioterapia.

Quatro meses depois, ela lançou o último single da carreira, “Changes”, em parceria com o marido Roberto de Carvalho e o produtor Gui Boratto.

Em abril de 2022, seu filho Beto Lee escreveu que ela estava curada do câncer.

Nos últimos anos, ela viveu em um sítio no interior de São Paulo com a família. Ela deixa três filhos: Roberto, João e Antônio.

G1.Globo

“Converso com qualquer um para derrotar o PT”, diz o senador Styvenson

Foto: Magnus Nascimento

Embora afirme que “é muito cedo” para definições de pré-candidaturas a prefeito de Natal nas eleições municipais de 2024, o senador Styvenson Valentim (Podemos) já decidiu que conversa “com qualquer” postulante ao cargo “para derrotar o PT”.

Styvenson Valentim diz que esse futuro candidato pode ser ele ou outra pessoa, desde que não seja filiado a partido alinhado politicamente com a governadora Fátima Bezerra, o que afasta, de imediato, todos as legendas da Federação Brasil da Esperança – PT/PC do B/PV.

Tanto é que Valentim já entabulou conversas com dois eventuais postulantes ao cargo, o apresentador de rádio e TV, Bruno Giovanni e o deputado federal Paulinho Freire (União), que o procuraram, apesar de dizer que sua preocupação, no momento, “é continuar fazendo o melhor no Senado e trabalhar para ser um senador razoável em favor do povo do Rio Grande do Norte”.

Tanto Paulinho Freire como Bruno Giovanni apareceram na mídia, buscando passar a imagem de composição com o senador da República.

O senador também reage com naturalidade informações veiculadas em blogs, onde ele aparece em imagens como irmão gêmeo de pré-candidato: “Humor é sempre bom, ainda mais no meio político”.

Fonte ligada a Styvenson diz que ele caminha para ingressar no União Brasil, partido de Paulinho Freire. Portanto Paulinho teria o apoio de Styvenson em 2024, tendo o apoio retribuído em 2026, por Paulinho Freire, para o governo do Estado.

“Mas temos que ouvir o povo, que é quem elege”, declarou ainda o senador, que reafirma ser o seu foco político é a eleição para governador do Estado em 2026, mas não afasta a possibilidade de vir a disputar a prefeitura de Natal, a fim de evitar a vitória do PT, que já em fevereiro lançou a pré-candidatura da deputada federal Natália Bonavides, “porque as eleições de governador também passam por 2024”, disse.

Com relação ao trabalho feito no Congresso Nacional, Valentim aponta como legado projetos que apresentou para combate à corrupção e melhoria de economia da máquina pública “e de transparência e de punir com mais rigor a improbidade administrativa”, além de projetos na área da segurança pública “pra gente tornar mais difícil a vida de criminoso”.

Segundo Valentim, “a vida fica quase impossível para eles. Então, é um dos projetos que já apresentei entre tantos, que melhorariam a política brasileira, principalmente a administração pública”.

Como já vem dizendo em diversas entrevistas, o senador Styvenson Valentim admite que política não se faz sozinho, daí considera as mudanças de figurino uma adaptação: “Eu preciso me adaptar se quiser salvar o Rio Grande do Norte, se eu quiser tirar o Rio Grande do Norte das mãos de pessoas incompetentes e até corruptas, porque estavam certo o tempo todo, não se faz política sozinho e eu era muito isolado”.

Valentim lembra que “nem a população ficou do meu lado na campanha de 2022, trezentos mil ficaram, mas o restante escolheu outras pessoas. Então, isso aí vai fazer a diferença, porque quem chegar a sentar naquela cadeira de comando do Rio Grande do Norte, que é o zero um, precisa ter coragem, pulso pra tomar ações e atitudes que ninguém tem coragem de tomar”.

A primeira coisa que o governador eleito em 2026 tem de tem fazer, segundo Valentim, é uma reforma administrativa, “já que a máquina pública é pesada, lenta e deficiente e não presta o serviço que a população tanto paga. Não é cobrando maior imposto de ICMS, que vai melhorar o Rio Grande do Norte não, pelo contrário, é trabalhando já dentro da sua origem pra reduzir gastos. Coisa que o governo Fátima Bezerra não sabe fazer.

A nova modelagem política do senador Styvenson Valentim também envolve as relações políticas com os prefeitos: “É só “love”, os distantes são aqueles que não querem prestar contas dos recursos que eu mando, porque eu cobro, porque eu vou atrás, eu quero transparência, eu quero as notas fiscais, eu quero foto, eu quero vídeo, eu vou na cidade”.

Então, acrescentou Valentim, “os distantes são aqueles que não querem fazer, não querem cumprir essa metodologia, que é de dar transparência ao dinheiro público enviado. São esses, os que estão cumprindo e são muitos que estão cumprindo, estão adorando isso aí, adorando, por quê? Porque a gente coloca as emendas, coloca o recurso, coloca o dinheiro para os municípios do Rio Grande do Norte, como todos foram atendidos e a gente vai atrás, vai cobrar isso que deveria todos os políticos fazerem. Isso aí, isso é uma coisa alienígena, de outro universo que desceu aqui pra fazer? Não. É da minha função proteger o patrimônio público, zelar pelo dinheiro público”.

Finalmente, Valentim afirmou que alguns prefeitos “que não entenderam ou que têm resistências, soltam que ainda estou duro, não flexibilizo, nunca vou flexibilizar pra corrupção”.

Tribuna do Norte