Brasil tem mais de 21 milhões de pessoas que não têm o que comer todos os dias e 70,3 milhões em insegurança alimentar, diz ONU

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Um relatório publicado pela ONU nesta quarta-feira (12) mostra que a insegurança alimentar e a fome aumentaram no mundo. No Brasil, 1,5 milhão de pessoas passaram a fazer parte dessa realidade, que afeta mais de 70 milhões de brasileiros.

O Brasil tem 21 milhões de pessoas que não têm o que comer todos os dias e 70,3 milhões em insegurança alimentar. Segundo o relatório, são 10 milhões de pessoas desnutridas no país.

No mundo todo, são 735 milhões de pessoas passando fome e 2,3 bilhões em situação de insegurança alimentar.

A insegurança alimentar moderada é quando as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir a qualidade e/ou a quantidade de alimentos que consomem devido à falta de dinheiro ou outros recursos.

A insegurança alimentar grave ocorre quando, em algum momento, as pessoas ficam sem comida, passam fome e, no caso mais extremo, ficam sem comida por um dia ou mais.

Os dados são do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), publicado em conjunto por cinco agências especializadas das Nações Unidas – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP).

No Brasil, são 20,1 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave; 9,9% da população. Entraram para a estatística, desde o último levantamento, 5,7 milhões de brasileiros.

Ao todo, o relatório mostra que 70,3 milhões de pessoas no país nem sempre tiveram o que comer em quantidade suficiente. São as pessoas que estão em situação de insegurança alimentar moderada/grave. Nove milhões de brasileiros entraram para esta estatística desde a última divulgação da FAO/ONU.

Já no mundo, 892,7 milhões de pessoas (11,3% da população) estavam em situação de insegurança alimentar grave entre 2020 e 2022.

Ao todo, em situação de insegurança alimentar moderada ou grave são 29,5% da população mundial, totalizando 2,3 bilhões de pessoas.

Estatísticas da fome

➡️ A média dos últimos três anos (2020-2022) é que 1,5 milhão de brasileiros entraram para as estatísticas da fome, na comparação com o triênio 2019-2021;
➡️ Ao todo, são 10,1 milhões de brasileiros, o que representa 4,7% da população;
➡️Já no mundo, 735 milhões de pessoas (9,2% da população) não tiveram o que comer nos últimos três anos; 122 milhões de pessoas a mais que 2019.

“A recuperação da pandemia global foi desigual e a guerra na Ucrânia afetou os alimentos nutritivos e as dietas saudáveis. Este é o ‘novo normal’ em que as mudanças climáticas, os conflitos e a instabilidade econômica estão empurrando os que estão à margem ainda mais longe da segurança. Não podemos adotar uma abordagem de negócios como sempre”, relata o diretor-geral da FAO, QU Dongyu.

O progresso na redução da fome foi observado na Ásia e na América Latina, mas a fome aumentou na Ásia Ocidental, no Caribe e em todas as sub-regiões da África em 2022.

A África continua sendo a região mais afetada, com uma a cada cinco pessoas passando fome no continente, mais que o dobro da média global.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP), o mundo continua a produzir alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial, e serão políticas públicas eficazes que reverterão essa triste realidade.

“Até o ano de 2030, muito tem que ser feito, muito tem que ser trabalhado. Os países têm que pensar de uma forma unificada em modificar os sistemas alimentares e nutricionais para que a gente consiga atacar os problemas. Começou-se a pensar em outros problemas. As mudanças políticas, as crises econômicas, fizeram com que muitas pessoas caíssem abaixo da linha da miséria. Não é possível que nós aceitemos pessoas que não tenham comida, que estejam agora sem condições comprar um prato de comida para si e para a sua família”, disse Daniel Balan, representante da WFP e diretor do Centro de Excelência contra a Fome.

O que diz o Ministério de Desenvolvimento Social

“A missão do governo é garantir que possamos tirar o Brasil do mapa da fome. Todos os ministérios estão trabalhado integrados com estados, municípios e entidades para garantir isso. Em breve será lançado o Plano Brasil Sem Fome, com o objetivo de reduzir a pobreza e a extrema pobreza”, disse o ministro Wellington Dias, do Ministério de Desenvolvimento Social.

Segundo o ministro, 18,5 milhões de famílias, sendo 43,5 milhões de brasileiros, já elevaram a renda em 2023 com o novo Bolsa Família.

G1.Globo

MEC decide encerrar escolas cívico-militares e ordena desmobilização das Forças Armadas

Foto: Wikimedia Commons

O Ministério da Educação (MEC) decidiu pôr fim às escolas cívico-militares, implementadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A decisão foi informada através de um ofício enviado a secretários estaduais de todo o país esta semana, datado da última segunda-feira (10). No fim do mês passado, O Globo mostrou que estados vinham investindo no modelo, mesmo contra orientação da atual gestão do MEC.

O documento, endereçado aos secretários estaduais, informa sobre “a realização de processo de avaliação sobre o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, liderado pela equipe da Secretaria de Educação Básica, Ministério da Educação e o Ministério da Defesa, ao final do qual foi deliberado o progressivo encerramento do Programa”.

O ofício acrescenta que “partir desta definição, iniciar-se-á um processo de desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvidos em sua implementação e lotado nas unidades educacionais vinculadas ao Programa, bem como a adoção gradual de medidas que possibilitem o encerramento do ano letivo dentro da normalidade necessária aos trabalhos e atividades educativas”.

De acordo com o MEC, as definições de estratégias específicas de reintegração das unidades educacionais à rede regular de ensino será objeto de definição e planejamento de cada sistema. E por último informa que a regulamentação específica sobre o tema está em tramitação. A carta informa que esclarecimentos mais detalhados serão feitos pela Coordenação-Geral de Ensino Fundamental, que tem à frente Fátima Elisabete Pereira Thimoteo.

A reportagem ainda aguarda um posicionamento oficial do MEC. No fim de julho, o Ministério da Educação já tinha informado que não investiria em novas escolas cívico-militares, mas ainda não tinha anunciado que acabaria com o programa. Na ocasião, o órgão disse que discutiria com governadores e prefeitos que já implementaram as unidades, “de forma democrática e respeitosa”, o que será feito com as escolas. “A instalação de escolas cívico-militares não será prioridade e nem estratégia”, reforçou a pasta, em comunicado. “Neste governo não serão criadas escolas cívico-militares por meio do MEC”.

Em janeiro, o MEC acabou com a diretoria criada por Bolsonaro responsável pelas escolas cívico-militares. Questionado na Câmara em abril, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a decisão não revoga o programa, mas tira o modelo das prioridades e estratégias da pasta.

— Eu não revoguei, o programa continua. Só não será prioridade e estratégia do MEC nesse governo criar novas escolas militares. Vamos discutir com governadores e prefeitos que já implementaram o que vamos fazer com essas escolas — disse Camilo.

Por meio de nota, o Paraná já se pronunciou sobre a decisão, infromando que a rede estadual de ensino do estado tem 12 escolas do Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares). Os demais 194 colégios cívico-militares existentes são do programa estadual. A Seed-PR irá trabalhar para migrar os 12 colégios do modelo federal para o estadual.

Folha de Pernambuco

Vereadora apresenta projeto de lei que cria Dia do Batman em Florianópolis

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A vereadora de Florianópolis Maryanne Mattos (PL) apresentou na terça-feira (11) um projeto de lei que propõe a criação do Dia do Batman na capital catarinense.

A ideia é inspirada nas comemorações que ocorrem nos municípios paulistas de Santos e São Paulo, que ocorrem no dia 17 de setembro. Na capital, o Farol Santander — edifício histórico localizado no centro — recebe o “bat-sinal” — holofote característico do Batman que apresenta a silhueta de um morcego.

A intenção de Maryanne Mattos, registrada na justificativa do projeto de lei, é usar da figura do herói da DC Comics para falar sobre o combate ao crime na cidade de Florianópolis, se inspirando no papel que ele desempenha nos filmes.

“Destaca-se que por 80 anos, Batman ganhou muita popularidade como um personagem que reflete a justiça e se destaca na segurança pública. [..] Salienta-se que o Batman não tem superpoderes, em sua luta contra o crime, ele utiliza uma enorme coleção de equipamentos avançados, veículos extraordinários, seu cérebro privilegiado e técnicas de combate corpo-a-corpo”, escreveu a vereadora.

O projeto é um anexo à lei Nº 10.482\2019, que versa sobre a instituição de datas comemorativas na capital catarinense.

No mesmo dia, Maryanne Mattos também apresentou um projeto de lei que determina que todo o cabeamento de energia elétrica e telecomunicação seja passado de forma subterrânea na cidade.

CNN Brasil

‘Eu estava segurando a mão dele. A polícia atirou sem mais nem menos’, diz mãe de menino morto em Maricá

A mãe de Dijalma de Azevedo Clemente, o menino de 11 anos morto nesta quarta-feira (12) em um tiroteio em Maricá, contou que levava o filho ao colégio quando “a polícia entrou atirando”

“Eu estava segurando a mão dele. A polícia atirou sem mais nem menos”, afirmou Adjailma de Azevedo Costa ao g1, ao chegar para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói.

Dijalma foi atingido do lado de fora de um conjunto habitacional em Inoã. O menino estava uniformizado — ele estudava na Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro.

Mais cedo, ainda no local, Adjailma disse que o filho caiu perto dela ao ser alvejado.

“Quando eu senti que ele caiu, veio um PM. O meu filho não é traficante. O meu filho é especial e tem problemas. Todo mundo sabe que ele é especial. Ele estava indo para o Caps e fazendo tratamento. Por que eles não atiraram em mim? Por que fizeram isso?”, disse a mulher.

Pouco depois das 10h30, o corpo do estudante chegou ao Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, em Niterói. Dijalma faria 12 anos em novembro e era o mais velho de três irmãos, de 10 e 8 anos.

“É uma dor que eu não quero para ninguém. É uma coisa muito triste. Eu quero justiça. Eu vou até o fim com isso, porque não pode ficar impune. Não vai trazer de volta, a saudade vai ficar no peito para sempre”, emendou a mãe.

“Meu filho era tão alegre, brincalhão, brincava com todo mundo, gostava de soltar pipa. Ele é tudo. Perdi o meu filho que eu mais amo. Eu tenho mais dois, mas esse era o mais era agarrado comigo. Perdi meu chão”, disse.

Bala atravessou corpo de Dijalma

Vizinhos de Dijalma contaram que a bala que o matou atravessou seu corpo, furou uma mochila e só parou em um carro de um morador.

A cozinheira Betânia de Almeida levou para a delegacia a mochila trespassada pelo projétil. “Eles [PMs] entram sempre nesse horário, na hora que os meninos estão saindo para o colégio”, afirmou.

“Entraram já atirando, não querem saber de ninguém”, emendou a moradora.

Carlos Alberto Jaime, dono do veículo onde a bala parou, confirma a versão dos vizinhos de que a PM chegou atirando.

“Vir falar que trocou tiro com bandido? Que o menino era bandido? Brincadeira.”

PM fala em confronto

A Polícia Militar afirmou que “de acordo com os policiais que participaram da ocorrência, equipes do 12º BPM (Niterói) realizavam policiamento quando foram atacadas por criminosos armados nas proximidades de um condomínio na Estrada do Bosque Fundo”.

“Após confronto, os policiais encontraram um menor de idade atingido e já sem vida. A viatura também foi atingida pelos disparos dos criminosos, que fugiram”, emendou a nota.

Viatura passará por perícia

O g1 apurou que alguns PMs tinham câmeras de segurança em suas fardas — e essas imagens serão solicitadas pela Polícia Civil.

Ainda de acordo com alguns investigadores, a viatura que foi alvejada supostamente por traficantes passará por perícia também nesta quarta.

Quatro PMs chegaram no início da tarde à delegacia para depor. Um deles carregava um fuzil.

“Não vamos deixar que esse crime fique impune, nem que tragédias como essa, incomuns na nossa cidade, sejam naturalizadas”, afirmou o prefeito de Maricá, Fabiano Horta. Ainda segundo o município, equipes das secretarias municipais de Direitos Humanos e Assistência Social se deslocaram para o local para prestar apoio e solidariedade à família de Djalma.

A Secretaria Municipal de Educação decidiu suspender as aulas nas escolas municipais de Inoã após o ocorrido.

Protesto dos moradores

Moradores fizeram um protesto no local e tentaram atear fogo em objetos e interditar vias da região.

Bombeiros informaram que duas mulheres se feriram durante a manifestação: uma atingida por pedrada lançada contra a viatura da PM e a outra por bomba de gás usada pela polícia para dispersar o movimento. Elas foram encaminhadas para o Hospital Ernesto Che Guevara.

G1.Globo