Mulher de 90 anos é resgatada de condições análogas à escravidão no Rio

Foto: Reprodução/Carta Capital

Uma força-tarefa resgatou uma idosa de 90 anos que trabalhava como doméstica no Grajaú, zona norte da cidade do Rio de Janeiro, em condições análogas à escravidão. O anúncio foi feito nesta terça-feira 5 pelo Ministério do Trabalho e do Emprego.

Ela é a pessoa mais velha já resgatada do trabalho escravo no Brasil. A vítima trabalhou por 16 anos sem carteira assinada na residência de uma mulher de 101 anos. O resgate ocorreu em 22 de agosto.

A idosa de 90 anos, cuja identidade não foi divulgada, trabalhava para a família há 50 anos, 16 deles como doméstica. Ela dormia em um sofá, usava um pequeno banheiro na área externa e não voltava para sua própria casa desde dezembro de 2022.

O Ministério Público do Trabalho firmou um Termo de Ajustamento de Conduta com os empregadores. As verbas rescisórias podem superar os 30 mil reais.

Segundo o MTE, a Operação Resgate III retirou em agosto 532 trabalhadores de condições de trabalho escravo. Ao todo, mais de 70 equipes de fiscalização participaram de 222 inspeções em 22 estados e no Distrito Federal.

Os estados com mais pessoas resgatadas são:

– Minas Gerais: 204;
– Goiás: 126;
– São Paulo 54;
– Piauí e Maranhão: 42.

Entre as atividades econômicas com maior número de vítimas na área rural estão cultivo de café (98), cultivo de alho (97) e cultivo de batata e cebola (84). Na área urbana, cabe destaque para os resgates em restaurantes (17), oficina de costura (13) e construção civil (10), além de trabalho doméstico.

Segundo o governo, os trabalhadores já receberam aproximadamente 3 milhões de reais em verbas rescisórias. Muitos pagamentos ainda estão em processo de negociação com os empregadores ou serão judicializados e, portanto, o valor tende a subir.

Entre as operações que mais chamaram a atenção das equipes está o resgate de 97 trabalhadores de uma colheita de alho em Rio Paranaíba (MG), entre os quais estavam seis adolescentes. Não havia banheiros suficientes, local para esquentar a comida ou cadeiras para os empregados se sentarem. Os trabalhadores não tinham carteira assinada nem receberam Equipamentos de Proteção Individual.

Carta Capital

Marido é preso suspeito de mandar matar a esposa no Ceará para obter dinheiro de seguro

Foto: PxHere

O marido da contadora Kaianne Bezerra Lima Chaves, assassinada em 26 de agosto dentro de casa em Aquiraz, foi preso nesta quarta-feira (6) suspeito de envolvimento no crime. A investigação da Polícia Civil aponta que Leonardo Nascimento Chaves encomendou a morte a própria esposa para obter o valor do seguro de vida, cerca de R$ 90 mil.

Ele foi preso após uma reviravolta no caso; a versão anterior, relatada pela Polícia Civil, é que um motorista de aplicativo endividado havia encomendado uma série de assaltos, um deles resultou na morte de Kaianne.

Kaianne Bezerra morreu com o golpe de um objeto contundente no pescoço, aos 35 anos.

Planejamento do crime e reviravolta

Outros dois homens haviam sido presos por suspeita de envolvimento no crime. A dupla — um homem de 39 anos e um adolescente de 16 — foi capturada em 29 de agosto como executores do crime. O companheiro da vítima disse à polícia que a residência havia sido invadida pelos dois homens armados. Eles amarraram o marido e a mulher em cômodos diferentes.

No entanto, após avanço da investigação, a Polícia Civil descobriu que o assalto foi uma armação para encobrir o assassinato planejado pelo marido. Ele inclusive pediu que os assaltantes o agredissem para reforçar o álibi de que o casal havia sido vítima de assalto e agressões.

O crime foi planejado Leonardo Nascimento e os dois executores momentos antes do assassinato, em um shopping na cidade de Aquiraz.

Os executores do crime foram presos com pertences da vítima em um imóvel no Bairro Jardim das Oliveiras, em Fortaleza.

G1.Globo