
Com elencos mais fortes, formados para uma temporada que vai exigir muito de ABC e América, ambos clubes já mostraram na estreia que estão preparados e golearam na estreia do estadual. Diferente dos últimos anos, em que outras equipes tiveram um protagonismo maior – o Globo foi campeão estadual em 2021 – há chance de uma diferença mais acentuada entre ABC e América e outras equipes. Os rivais inclusive fizeram o primeiro Clássico-Rei do ano, no domingo, e empataram por 0 a 0.
Foi o que observou o jornalista esportivo e colunista do AGORA RN, Pedro Neto. “A primeira rodada do estadual foi muito clara. ABC e América são muito diferentes em relação aos outros seis clubes. Vamos esperar a terceira rodada para esperar se vai ser da mesma forma. Caso se confirme ABC e América em uma superioridade muito maior em relação aos demais, vai ser um campeonato à parte. Um campeonato onde ABC e América vão estar decidindo e os demais como mero participantes buscando uma participação em uma Copa do Brasil ou pré-Copa do Nordeste de 2024”, projetou.
De acordo com Pedro Neto, as diferenças não estão apenas em campo, mas nas partes administrativas e financeiras. “Se pegar o exemplo do Força e Luz, que jogou contra o ABC, tinha apenas dois jogadores em campo. Pasmem, os dois eram goleiros. Saiu um jogador machucado, um dos goleiros botou camisa da equipe de linha e foi jogar. Isso não é nem semiprofissionalismo, é amadorismo mesmo. Potyguar de Currais Novos veio jogar com o América em Natal. Jogo às 15h, Potyguar saiu de Currais Novos de manhã. Parou para almoçar, para jogar às 15h com o América”, criticou.
Não é raro ver torcedores levantando a hipótese de um campeonato estadual com maior número de clubes, o que foi criticado pelo comentarista. “Depois as pessoas reclamam querendo que o estadual tenha 10 ou 12 clubes. Não tem a menor condição. Não existe. Se com oito não se consegue manter os times atuando, imagina com 10 ou 12 clubes. É muito difícil”, afirmou.
Para Pedro Neto, o que falta é incentivo do poder público local. “Prefeitura não tem obrigação nenhuma, mas ela pode fazer outros tipos de patrocínios. Por que não fazer na camisa de um clube da sua cidade para levar o nome da sua cidade para o estado inteiro e até para o Brasil? Na Paraíba, o Botafogo/PB, tem contrato com a prefeitura de João Pessoa de R$ 800 mil por ano. A prefeitura, todos os dias, manda 150 garotos para fazer algum tipo de esporte dentro do complexo do Botafogo. Porque aqui não pode ser feito isso em Natal? Por que não em Mossoró? Currais Novos? Ceará-Mirim?”, questionou o jornalista.
EMPATE NO CLÁSSICO
Se os dois clubes fazem um campeonato à parte, o equilíbrio entre eles se mostrou também em campo, neste domingo 15, no Frasqueirão. De acordo com Pedro Neto, o ABC foi melhor que o América em campo, mas faltou criatividade para os ataques dos times, embora as defesas tenham se mostrado bem posicionadas. “As melhores oportunidades de gol no primeiro tempo foram do ABC. Com Wallace Pernambucano bem marcado a equipe rubra não conseguia levar perigo ao gol de Simão”, comentou.
Mesmo com alterações, no segundo tempo o cenário mudou pouco de acordo com o comentarista, embora o ABC tivesse mais iniciativa de propor o jogo. Com a expulsão de Alef, do América, o time da casa partiu para o sufoco, embora o América tenha se defendido bem e ficasse sem levar gol. “Resultado acabou sendo justo para as duas equipes”, definiu o jornalista esportivo.
Com o resultado, o ABC lidera o grupo A da primeira fase, que tem o Potyguar de Currais Novos na vice-liderança. No grupo B, o Potiguar de Mossoró é o líder, empatado com o América. Ambos os times têm quatro pontos, mas a equipe mossoroense leva a melhor na quantidade de gols marcados – cinco contra quatro do alvirrubro. Na próxima rodada, o América recebe o Santa Cruz na Arena das Dunas, nesta quarta-feira 18, enquanto o ABC vai a Ceará-Mirim encarar o Globo no Barretão.
Agora RN