Segurança de Lula estava em grupo de militares golpistas, revela perícia em celular de Mauro Cid

Foto: Wikimedia Commons

Um segurança que integrava a equipe de escolta pessoal de Lula (PT) estava em um grupo de WhastApp de militares da ativa que discutiam a possibilidade de se fazer um golpe de Estado no Brasil. A descoberta foi feita pela Polícia Federal, durante a perícia no celular de Mauro Cid, o ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. As informações são da jornalista Andréia Sadi, no site G1.

Trata-se, segundo os investigadores, do tenente-coronel André Luis Cruz Correia. O militar já viajou com o presidente em cinco ocasiões diferentes. A última viagem ao lado de Lula foi para Puerto Iguazu, na Argentina, no início de julho. Ele também esteve com Lula na Bélgica, quando o petista participou da cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac.

Após a descoberta, André Luis Cruz Correia foi exonerado da equipe que cuida da escolta pessoal de Lula, que está sob coordenação do Gabinete de Segurança Institucional.

Apesar da exoneração, ao G1, o ministro do GSI, general Marcos Antonio Amaro dos Santos negou conhecer a informação da PF, de que Correia integrava o grupo citado. Ele não explicou, porém, a exoneração do tenente-coronel.

Ainda segundo Sadi, o militar teria se mudado da Bahia para Brasília em março, quando passou a integrar a equipe de segurança de Lula, após pedir ajuda de Mauro Cid. Amaro também nega a informação e diz que o ex-ajudante de ordens não conseguiria executar tal solicitação.

O caso abre novo capítulo na briga entre GSI e PF sobre quem deve cuidar da segurança de Lula. No início do ano, a escolta passou a ser feita pela PF, mas retornou ao GSI após alguns meses. Um acordo definiu que os militares fariam a coordenação, mas com participação de integrantes da polícia na equipe.

Num capítulo anterior dessa disputa, foi descoberto que e-mails com detalhes sigilosos sobre as agendas de Lula fora de Brasília estariam sendo encaminhados para Mauro Cid e outros aliados de Bolsonaro. O GSI disse ter aberto uma sindicância, mas nunca deu detalhes sobre o ocorrido.

Sobre Correia, não se sabe ainda se o militar participou ativamente dos diálogos que, além de um golpe contra Lula, faziam ataques diretos ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes. Ele não seria o primeiro integrante do GSI a ter ligações com as tentativas de ruptura. Imagens das câmeras de segurança do Planalto, que levaram a demissão de GDias, mostraram outros militares que teria prestado algum auxílio aos golpistas ou se omitido durante a invasão.

Carta Capital

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