Carlos Alberto de Berto trocou a rotina silenciosa dos cemitérios pelo dinamismo dos gramados de futebol. Durante quatro anos, ele trabalhou como coveiro no Cemitério da Redinha, na zona norte de Natal, sepultando mais de mil pessoas. No entanto, um momento de reflexão o levou a mudar de vida e buscar um novo caminho na arbitragem esportiva.
Do cemitério aos gramados
A transição de Carlos Alberto começou em 2011, quando, ao assistir a uma transmissão do jogo entre Santos e Barcelona, ouviu o comentarista Arnaldo César Coelho explicar como se tornava um árbitro de futebol. A ideia ficou martelando em sua mente, e ele decidiu investir na carreira.
“Por que não?”, pensou Carlos, que logo procurou um curso de arbitragem, dedicou-se aos estudos e passou por todas as etapas necessárias para ingressar na profissão.

O início na arbitragem
Em 2016, Carlos apitou sua primeira partida oficial entre Palmeira e Baraúnas. Desde então, já são 13 anos dedicados à arbitragem, atuando em jogos do Campeonato Estadual do Rio Grande do Norte. Além de árbitro principal, ele também exerce funções como quarto árbitro e assistente em diferentes partidas.
“O árbitro tem que ser a autoridade dentro de campo, assim como o coveiro também tem sua responsabilidade no ambiente de trabalho”, destaca Carlos Alberto.
A marca do passado
Apesar da mudança de profissão, Carlos ainda carrega traços de sua antiga função. No meio esportivo, o apelido “Cov” pegou, e ele lida com isso com bom humor e orgulho.
“Todo mundo me chama assim. Trabalhei duro, comecei de baixo, mas nunca perdi a humildade”, comenta.
Até mesmo dentro de campo, ele leva a experiência passada de forma descontraída. No momento do sorteio antes das partidas, costuma brincar com os capitães: “Quer pá ou caixão?”. Segundo ele, alguns jogadores ficam sem graça, mas acabam entrando na brincadeira.
Sonhos para o futuro
Carlos Alberto se sente realizado na arbitragem, mas segue almejando crescer ainda mais na carreira. Seu objetivo é continuar se destacando nos gramados e, quem sabe, apitar em competições de maior expressão no cenário nacional.
Com determinação e uma trajetória de superação, ele prova que, independentemente de onde se começa, é sempre possível traçar novos caminhos e transformar sonhos em realidade.