
A Justiça de São Paulo converteu a prisão em flagrante do homem de 32 anos amarrado e carregado por dois policiais durante uma abordagem na Vila Mariana, na Zona Sul, em prisão preventiva.
Segundo informações do G1, a juíza do caso entendeu que “não há elementos que permitam concluir ter havido tortura, maus-tratos ou ainda descumprimento dos direitos constitucionais assegurados ao preso”.
Ela considerou ainda que, como o detido cumpria pena em regime aberto e não tem emprego ou endereço fixo, continuaria a “delinquir” se posto em liberdade. O flagrante, então, foi convertido em prisão preventiva.
O caso aconteceu na madrugada de domingo para segunda-feira. Policiais militares prenderam, amarraram e arrastaram o homem, suspeito de ter participado de um “arrastão” em um mercado do bairro. A cena foi gravada e ganhou repercussão depois de uma indignada manifestação do Padre Júlio Lancelotti nas redes sociais.
O ouvidor das Polícias de São Paulo, Cláudio da Silva, aponta violações graves de direitos na abordagem. “Nos remete a antes de 1888, quando o Estado sustentava, através da institucionalidade, esse tipo de violência contra a população negra”, disse, em entrevista a CartaCapital.
A Polícia Militar afastou preventivamente seis envolvidos na abordagem. Imagens da câmera portátil dos agentes serão analisadas em inquérito aberto para investigar a conduta dos envolvidos. Em nota, a gestão Tarcísio lamentou o episódio e reafirmou que a conduta dos agentes não é compatível com o treinamento e os valores da instituição.
Carta Capital